sábado, 4 de agosto de 2012

Rótulos | Lagoinha Pr. Gustavo

Rótulos | Lagoinha
As divisões parecem ser uma constante enfermidade da igreja. É incrível a disposição que o ser humano tem de querer se levantar acima dos outros. Não sei se posso chamar a esse desejo de “ser considerado superior aos outros” de disposição humana, de tentação diabólica ou de carnalidade pecaminosa. De qualquer maneira, ainda que seja difícil , para alguns, apresentar um juízo de valor para esse “desejo por superioridade”, sempre que alguém se acha melhor do que o outro, o resultado é a divisão.
Do sentimento de superioridade para a rotularização do outro, o passo é curto. Aqueles que se acham melhores colocam rótulos gloriosos em si mesmos e rótulos pejorativos nos outros. Aqueles que se acham “os melhores” se autodenominam de bíblicos, santos, “cheios do Espírito Santo”, defensores da fé e “espirituais”. Assim, “os que se acham melhores” denominam os outros de hereges, pecadores, frios, emocionais e carnais. Formam-se os partidos político-eclesiásticos. Uns são de Paulo, outros de Apolo, outros de Cefas e outros de “Cristo”; uns são tradicionais e outros são pentecostais; uns são presbiterianos, outros são batistas e outros são assembleianos; uns são históricos e outros são contemporâneos; uns são predestinados para o céu e outros são predestinados para o livre-arbítrio; uns são “os santos” e os outros são “os pecadores”. Sutilmente, as pessoas reconstroem aquele muro de divisão que Jesus destruiu na cruz do Calvário e, pouco a pouco, cirurgicamente, elas se separam umas das outras de acordo com os rótulos que dão a si mesmas e aos outros.
Não existe outro remédio contra a enfermidade de dar rótulos aos outros e contra o vírus da divisão, senão a cruz de Cristo. Quando a igreja de Corinto começou a fazer o uso dos rótulos, Paulo, o pai na fé daqueles homens e mulheres, escreveu: “Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado.” (1 Coríntios 2.2 – NVI). O importante não são os rótulos, não é a capacidade de elucubração humana, não é a habilidade de argumentação dos homens, mas, sim, o poder da cruz de Jesus. Enquanto as pessoas tiverem os olhos colocados nelas mesmas, elas se acharão melhores dos que os outros e usarão rótulos para se autoimporem sobre os outros. Mas se as pessoas se reconhecerem como realmente são, carentes e frágeis, e colocarem os olhos no Jesus crucificado, então, elas reconhecerão que Jesus se entregou à morte na cruz não por si mesmo, mas pelos homens e mulheres que ousarem crer no evangelho de Deus. Jesus morreu na cruz não por que os homens e as mulheres eram bons ou superiores, mas sim por que eles eram maus e depravados, cheios de arrogância e orgulho, propensos a usarem de rótulos e a se dividirem. Não existe salvação, nem outra mensagem mais relevante do que essa que nos anuncia a Jesus Cristo, e este crucificado.