O verdadeiro propósito de
uma espiritualidade cristã é o nosso crescimento em direção a Cristo. Manter
Jesus Cristo como o centro da mensagem do Evangelho é o único modo de manter o
Evangelho vivo e eficaz.
O Cristianismo tem se
fragmentado despudoradamente, e hoje é cada vez mais comum encontrarmos
“igrejas” totalmente descaracterizadas do Evangelho, doutrinas contraditórias,
líderes espirituais perdidos e cristãos confusos e frustrados.
A essência do Evangelho tem
sido trocada por programas, planos, projetos e estratégias cada vez mais
sofisticadas e isso têm tomado o lugar da simplicidade pregada por Cristo. A
espiritualidade cristocêntrica nos deixa mais parecidos com Cristo e a maioria
das coisas que a igreja promove, hoje, não tem sido para este fim. A imagem de
Cristo tem sido desfigurada, por vezes os cristãos confundem o verdadeiro
Evangelho, fazendo dele um mercado de trocas onde “eu pago eu recebo”. A
espiritualidade cristocêntrica está relacionada a caráter e não a bem estar
material, pessoal ou qualquer outra coisa.
Podemos ver comunidades
cristãs venderem um evangelho barato e distorcido, embrulhado num pacote de
presente bastante atraente. Não economizam em divulgar em todas as mídias
possíveis sua teologia prostituída. E assim, suas doutrinas vão se
popularizando cada dia mais, fazendo com que estes conceitos façam parte do senso
comum acerca do cristianismo. Não se fala mais sobre renúncia, morte ou
sofrimento pela causa de Cristo.
Neste contexto, as pessoas
normalmente têm se posicionado de duas formas: parte se convence de que o plano
de Deus para a humanidade é abençoar materialmente àqueles que dispõem seus
bens para a igreja. E outra acredita que a igreja cristã não passa de uma
agência mercenária de estelionato, sem nada a oferecer para sua vida.
No meio deste fogo cruzado
está a igreja remanescente, que luta para não se deixar contaminar por tantos
ventos de doutrinas ao mesmo tempo em que, como uma voz solitária no meio do
deserto, persevera em apregoar o evangelho da cruz.
Daí a necessidade de
vigilância constante e constante comprometimento com as Escrituras, pois quando
ouvimos algo várias vezes acaba infiltrando em nossas mentes, nos levando a
acreditar que seja verdade.
Para onde estamos
caminhando, Até onde o homem irá distorcer o verdadeiro Evangelho. Talvez
quando muitos acordarem seja tarde demais. Porque, sem Cristo, não há
evangelho, não há salvação, não há igreja. Sem Cristo, não há espiritualidade,
pois só Nele o espírito morto pelo pecado, pode ser vivificado.
Encontramos em Cristo a
expressão plena de nossa humanidade. Converter-nos a Ele significa ter nossos
pensamentos e caminhos transformados, nossa humanidade restaurada, nossa
dignidade redimida para viver a nova vida em Cristo. Precisamos de homens e mulheres
que insistam na cruz, na importância de se buscar primeiro o Reino de Deus, no
ensino da santificação e de valores como retidão, temor e amor.
É preciso ensinar que a fé
não pode ser reduzida a um mero atalho de se conquistar bênçãos. Fé é o caminho
através do qual é possível vislumbrar o Criador e nos reconciliar com Ele
através de Cristo. Sem Ele ninguém conhece o Pai, nem pode ser salvo. Precisa,
da mesma forma, afirmar a centralidade da cruz e da ressureição na experiência
cristã de reconciliação, perdão e comunhão com Deus.
Agora é tempo de voltarmos a
essência da verdadeira espiritualidade cristã e ela não a ausência de
sofrimento, pois este é proporcionado para que sejamos forjados e provados por
Deus, com a finalidade de amadurecermos. Assim como o pai não deixa a correção
do filho porque isso o ensinará para a vida, assim Deus vais nos propor
desafios para alcançarmos a estatura do varão perfeito, Jesus . Se negamos a cruz,
negamos a ressurreiçao. A espiritualidade centrada em Cristo nos chama para
sermos participantes tanto do sofrimento, tanto quanto para a glória vindoura.
Quando prometemos as pessos um evangelho “ fácil”, estamos negando a cruz. Precisamos urgentemente colocar Cristo e o significado de sua obra
como centro de nossas vidas.
cristianismo sem Cristo, perdão sem
arrependimento.” William Booth
Roseni Rodrigues Nascimento