segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"Desafios para uma espiritualidade Cristocêntrica nos dias atuais"


O verdadeiro propósito de uma espiritualidade cristã é o nosso crescimento em direção a Cristo. Manter Jesus Cristo como o centro da mensagem do Evangelho é o único modo de manter o Evangelho vivo e eficaz.
O Cristianismo tem se fragmentado despudoradamente, e hoje é cada vez mais comum encontrarmos “igrejas” totalmente descaracterizadas do Evangelho, doutrinas contraditórias, líderes espirituais perdidos e cristãos confusos e frustrados.
A essência do Evangelho tem sido trocada por programas, planos, projetos e estratégias cada vez mais sofisticadas e isso têm tomado o lugar da simplicidade pregada por Cristo. A espiritualidade cristocêntrica nos deixa mais parecidos com Cristo e a maioria das coisas que a igreja promove, hoje, não tem sido para este fim. A imagem de Cristo tem sido desfigurada, por vezes os cristãos confundem o verdadeiro Evangelho, fazendo dele um mercado de trocas onde “eu pago eu recebo”. A espiritualidade cristocêntrica está relacionada a caráter e não a bem estar material, pessoal ou qualquer outra coisa.
Podemos ver comunidades cristãs venderem um evangelho barato e distorcido, embrulhado num pacote de presente bastante atraente. Não economizam em divulgar em todas as mídias possíveis sua teologia prostituída. E assim, suas doutrinas vão se popularizando cada dia mais, fazendo com que estes conceitos façam parte do senso comum acerca do cristianismo. Não se fala mais sobre renúncia, morte ou sofrimento pela causa de Cristo.
Neste contexto, as pessoas normalmente têm se posicionado de duas formas: parte se convence de que o plano de Deus para a humanidade é abençoar materialmente àqueles que dispõem seus bens para a igreja. E outra acredita que a igreja cristã não passa de uma agência mercenária de estelionato, sem nada a oferecer para sua vida.
No meio deste fogo cruzado está a igreja remanescente, que luta para não se deixar contaminar por tantos ventos de doutrinas ao mesmo tempo em que, como uma voz solitária no meio do deserto, persevera em apregoar o evangelho da cruz.
Daí a necessidade de vigilância constante e constante comprometimento com as Escrituras, pois quando ouvimos algo várias vezes acaba infiltrando em nossas mentes, nos levando a acreditar que seja verdade.
Para onde estamos caminhando, Até onde o homem irá distorcer o verdadeiro Evangelho. Talvez quando muitos acordarem seja tarde demais. Porque, sem Cristo, não há evangelho, não há salvação, não há igreja. Sem Cristo, não há espiritualidade, pois só Nele o espírito morto pelo pecado, pode ser vivificado.
Encontramos em Cristo a expressão plena de nossa humanidade. Converter-nos a Ele significa ter nossos pensamentos e caminhos transformados, nossa humanidade restaurada, nossa dignidade redimida para viver a nova vida em Cristo. Precisamos de homens e mulheres que insistam na cruz, na importância de se buscar primeiro o Reino de Deus, no ensino da santificação e de valores como retidão, temor e amor.
É preciso ensinar que a fé não pode ser reduzida a um mero atalho de se conquistar bênçãos. Fé é o caminho através do qual é possível vislumbrar o Criador e nos reconciliar com Ele através de Cristo. Sem Ele ninguém conhece o Pai, nem pode ser salvo. Precisa, da mesma forma, afirmar a centralidade da cruz e da ressureição na experiência cristã de reconciliação, perdão e comunhão com Deus.
Agora é tempo de voltarmos a essência da verdadeira espiritualidade cristã e ela não a ausência de sofrimento, pois este é proporcionado para que sejamos forjados e provados por Deus, com a finalidade de amadurecermos. Assim como o pai não deixa a correção do filho porque isso o ensinará para a vida, assim Deus vais nos propor desafios para alcançarmos a estatura do varão perfeito, Jesus . Se negamos a cruz, negamos a ressurreiçao. A espiritualidade centrada em Cristo nos chama para sermos participantes tanto do sofrimento, tanto quanto para a glória vindoura. Quando prometemos as pessos um evangelho “ fácil”, estamos negando  a cruz. Precisamos urgentemente  colocar Cristo e o significado de sua obra como centro de nossas vidas.
“O maior perigo do século 21 será a religião sem o Espírito Santo,  
cristianismo sem Cristo, perdão sem arrependimento.”  William Booth
Roseni Rodrigues Nascimento